Fundador da Belterra quer disseminar os sistemas agroflorestais e ajudar a frear o desmatamento na região
Valmir Ortega: ele quer mudar o modelo produtivo da AmazôniA
AGROFLORESTA
Uma iniciativa sediada no Pará e Rondônia quer mudar o modelo produtivo da Amazônia. Os dois estados são conhecidos polos de desmatamento.
Foi com esse objetivo que o geógrafo Valmir Ortega fundou a Belterra Agroflorestas para disseminar os sistemas agroflorestais na região.
Conhecidos como SAFs, combinam a plantação de espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de animais de forma simultânea ou em sequência.
Ortega diz que as SAFs precisam ganhar escala e apoios públicos e privados para ajudar a frear o desmatamento da floresta tropical.
“A Belterra surgiu para apoiar produtores na restauração de áreas degradadas, ajudando a compor paisagens que agreguem agropecuária, agrofloresta, floresta nativa, e, claro, que tenham viabilidade econômica e ecológica.”
Valmir Ortega
A empresa faz contratos de, no mínimo, 10 anos para uma transição técnico-produtiva na Amazônia. O investimento cobre o risco financeiro e o produtor entra com a terra e o trabalho.
Outra possibilidade são os contratos de integração, onde o produtor já tem algum conhecimento e mais autonomia. Nesse caso, a Belterra faz capacitação, treinamento, acesso a créditos e mercados, com garantia de compra futura.
A Amazônia tem mais de 1 milhão de agricultores familiares e mais de 20 milhões de hectares de assentamentos rurais.
"A biodiversidade da Amazônia é nosso Vale do Silício. Não tem como competir conosco nesse campo, que deve ser sustentável, combinando aproveitamento e restauração florestal. Gerar uma nova dinâmica econômica regional é determinante para encerrar a supressão da floresta."